Lugar ideal para quem busca contato com uma natureza quase intocada, a Ilha do Campeche tem caído nas graças de turistas e também de muitos moradores da região que visitam o local.
Suas águas calmas e claras atraem pessoas de todas as idades para a travessia, que parte das praias ao sul de Florianópolis por uma distância de, aproximadamente, 1,5 km e que só pode ser feita com barcos ou equipamentos aquáticos.
Neste cenário paradisíaco, é possível ir muito além de um banho de mar relaxante. O local permite que os visitantes façam trilhas, avistem animais e pássaros e conheçam uma peculiaridade do local: a marca da passagem dos ancestrais.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2000, a Ilha do Campeche é considerada Patrimônio Arqueológico e Paisagístico Nacional. Não somente por suas belezas naturais, mas sobretudo por sua importância histórica.
O local foi morada dos índios Carijós, tribo pertencente à nação dos guaranis, que são considerados os primeiros habitantes de Santa Catarina.
Além disso, a ilha possui a maior concentração de inscrições rupestres do litoral catarinense. Ao todo, são 150 registros pré-históricos catalogados, que despertam a curiosidade de quem visita o local e é objeto de estudo de muitos pesquisadores e antropólogos.
Em dezembro de 2020 a Ilha do Campeche ganhou um documentário que apresenta os agentes que atuam diariamente na manutenção do valor ambiental e cultural presentes no patrimônio: Mundo Ilha do Campeche, de Cláudio Felippio.
Não há nenhuma ligação terrestre entre a costa e a Ilha do Campeche, portanto, o trajeto até o local só pode ser feito por embarcações autorizadas. Quem possui experiência na prática de esportes aquáticos também pode se aventurar na travessia com uso de pranchas, por exemplo. Nesse caso é preciso estar atento às condições climáticas e da maré.
Outro detalhe fundamental é quanto à lotação e o tempo de permanência na ilha, que é de, no máximo, quatro horas. Durante a alta temporada são permitidos até 800 visitantes por dia. No período de baixa temporada, esse número é reduzido.
Todo o controle de entrada e permanência é feito pelos órgãos responsáveis pela administração da Ilha do Campeche, que são a Capitania dos Portos, a Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e o Iphan. São eles também que fiscalizam as embarcações, regulamentando o acesso ao local.
Portanto, ainda que seja permitido o acesso através de embarcações particulares, é preciso estar atento à legislação e solicitar a devida autorização para que o passeio até o local possa ser feito de maneira tranquila e segura.
A maneira mais acessível de chegar à Ilha do Campeche é através dos barcos de turismo, que realizam a travessia com hora marcada, fazendo o trajeto de ida e volta com os visitantes. Esse passeio possui um custo, que pode variar conforme a época do ano e de quem realiza o transporte.
Existem atualmente três pontos de partida para a ilha. Vejamos mais sobre cada um:
Quem opta por visitar a Ilha do Campeche partindo da praia que leva o mesmo nome – e fica bem em frente à ilha – precisa se organizar para as saídas diárias às 9 horas da manhã, com retorno às 14 horas. Nesse caso, o visitante pode ficar um tempo a mais do local, pois a proximidade encurta o trajeto e o torna mais rápido.
O passeio é operado pela Associação de Botes da Praia do Campeche, em barcos com capacidade máxima para seis pessoas.
A praia da Armação é o ponto de partida de onde sai a maior parte dos visitantes. O percurso é realizado através de pequenos barcos com capacidade para até 20 pessoas, num trajeto que dura cerca de 40 minutos.
A Associação de Pescadores da Armação é a responsável pelo passeio, que tem saídas entre 9h e 12h. Durante a alta temporada, é recomendado realizar o agendamento prévio do passeio, devido ao número de turistas que procuram o serviço.
Muitos não sabem, mas também é possível visitar a Ilha do Campeche saindo da Barra da Lagoa, que fica localizada na região leste de Florianópolis. O passeio, feito pela Associação de Empresas de Transporte Náutico da Barra da Lagoa, tem duração média de 1 horas, com saídas diárias às 10h da manhã e retorno às 14h.
Existem algumas regras para quem pretende desfrutar a Ilha do Campeche e elas são indicadas por monitores que recebem o visitante já no desembarque.
Tais regras são fundamentais para a preservação do espaço e sua conservação para os futuros visitantes. São elas:
O período de alta temporada, que vai de dezembro a março, com certeza é o mais procurado para visitar a ilha. No entanto, entre o final do verão e o início do outono as condições são mais favoráveis, tanto pela maré quanto pela temperatura da água e pelo clima, que é mais agradável nessa época.
Muito mais do que mergulhar em águas transparentes, a Ilha do Campeche oferece outras atividades, como trilhas e mergulhos guiados.
No caso das trilhas, há cinco opções. Cada uma conta com um tipo diferente de atração e de valor. Todas, porém, são feitas com acompanhamento de guias autorizados pelo IPHAN. Nelas, é possível observar as pinturas rupestres e os belos costões em torno da ilha.
Contudo, a trilha mais longa só deve ser realizada por pessoas com boa condição física, e sua realização depende de agendamento prévio.
Já a trilha subaquática, com mergulhos de observação, é acompanhada por mergulhadores credenciados e equipamentos locados na própria ilha.
Saiba mais sobre as trilhas:
Esta trilha possui um grau de dificuldade médio e dura cerca de 30 minutos. A caminhada é em forma de subida, cercada pela Mata Atlântica e permite ao visitante uma vista panorâmica e exuberante da costa leste, que fica voltada para o Oceano Atlântico.
Também há uma descida íngreme de chão arenoso, que vai até o costão onde fica o sítio arqueológico com o maior número de inscrições rupestres do local, que incluem artes e máscaras que permitiram o tombamento do lugar como Patrimônio Arqueológico.
Com duração de 30 a 40 minutos, a trilha da Pedra Fincada possui um grau de dificuldade baixo, através de uma caminhada curta pela mata, que vai até o ponto mais alto da ilha.
Lá é possível avistar a Ilha do Xavier, as Ilhas dos Moleques e as praias da costa sul, além das costas leste e oeste de Florianópolis. Por uma outra trilha pequena se chega ao monumento de rochas que faz menção ao nome da trilha.
Este caminho leva ao costão nordeste da ilha, até a Pedra do Rosa. O trajeto possui um grau de dificuldade alto, que dura cerca de duas horas, e passa pela Pedra Fincada, onde também pode-se observar um costão com 9 inscrições rupestres, a maioria desenhada no chão.
Em seguida, os visitantes passam por um sítio arqueológico formado por, aproximadamente, 20 inscrições, chamado de Pedra Preta do Sul. Logo depois vem a Pedra do Ímã, que recebeu este nome por se tratar de ponto que desorienta as bússolas.
Já mais perto do fim da trilha está a Praia da Enseada, onde está localizado um sítio arqueológico com cinco oficinas líticas e diferentes amoladores feitos de granito e diabásio.
A trilha que leva à parte leste da Ilha do Campeche dura em torno de 50 minutos e possui um grau de dificuldade médio. No caminho, os visitantes passam por um mirante, onde é possível observar as ilhas Moleques do Sul, Xavier e Aranha. A seguir, uma descida leva a um costão de rochas onde se pode ver algumas inscrições rupestres.
Apesar de curta, com duração de aproximadamente 40 minutos, a trilha da Pedra da Vigia possui alto grau de dificuldade. Este caminho leva ao local onde o “vigia” ficava observando o mar para avisar os pescadores sobre a presença das baleias, na época em que sua pesca era permitida.
De lá é possível avistar a costa sudeste da Florianópolis, desde a Ponta do Facão até a Praia da Joaquina. Na trilha, também se pode visitar ruínas dos fornos de extração do óleo de baleia. Na direção sul, pela praia, se chega a um sítio arqueológico com duas inscrições e uma oficina lítica com cerca de 30 amoladores.
Esta trilha oferece a opção do mergulho, e dura em torno de meia hora. No valor da visitação, está inclusa alocação de roupa, snorkel, máscara e acompanhamento do monitor, além da condução feita por uma embarcação de pesca artesanal. Quem já possui seu próprio equipamento (máscara e snorkel) pode utilizá-lo.
Dependendo do dia e da condição da maré, também é possível fazer aulas de Stand-up Paddle com instruções de um professor local.
A Ilha do Campeche possui uma estrutura de restaurante, com cardápio à base de frutos do mar, onde são servidos desde petiscos até pratos para duas pessoas, todos com ingredientes frescos que chegam diariamente à ilha. Porém, o local só fica aberto aos visitantes durante a alta temporada e nos feriados.
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Vale lembrar ainda que cada visitante pode levar seu próprio lanche e bebida para consumir durante o tempo em que estiver na ilha (só não se esqueça de levar o lixo embora e não alimentar os quatis!).
Não, mas a praia do Campeche é um dos points mais disputados da ilha, tanto nos dias clássicos quanto nos dias menores.
Mas o que a Ilha do Campeche tem a ver com isso? Tudo!
Afinal a ilha não está boiando na superfície do oceano, ela está ligada à Praia do Campeche. Por isso o fundo do mar na região próxima é mais raso e estável do que nas regiões de mar aberto. Assim, o surf na região é consistente mesmo nos dias menores, e suporta grandes ondulações.
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